miércoles, julio 02, 2008

palavra e corpo

Tento descrever as semelhanças daquilo que não sei dar nome,
para que palpável volte a ser corpo.
Ria a toa.
Isso tinha uma entonação particular.
Ele era do Nordeste, de Recife, e ria a toa.
Tinha duas tatuagens, uma em cada braço. Era voraz e afiado,
pau pequeno, mas afiado.
Num dia de desconhecidos quase não há contornos possíveis. Arranca o esmalte branco da sua unha.
Queda livre. Diz Manuel de Barros; há de se respeitar as oralidades.
Essas pausas de silêncio de cheiros e formas inomináveis.