jueves, agosto 04, 2016

uma nova vista

você
moreno marciano
eu aqui nesse novo
vista minha com a sua
sáliva e chuva caindo da língua


viernes, diciembre 04, 2015

João

Esse seu nome tão comum. Quantos iguais a você.
Mas não é bem assim, não sei o que é.
Me persegue nos meus sonhos.
Não te conheço, você não me conhece. Mas deve ser esse raio de esperança,
o seu olho cheio d'água. O meu junto.
Vem, nem que seja para dizer adeus. Vem.

jueves, octubre 23, 2014

leme

vários apelidos, legume, pizza, qualquer hora, 2014BJ, leguminho, lombrinho, gato e para mim mesma, preto, bonito, gostoso. Eu prometi que não ia gostar não, mas desse jeito lento eu vou vendo que de vez em quando me pego olhando,
pensando em não sei o que. Porque já não sei se penso muito mesmo, aquela dor de saudade não me invade mais, mas não sei se é porque você também sempre surge,
como meu proprio tamagoshi,
nossas distâncias preservadas,
eu que só amo a distância,
talvez a distância dos nossos bairros,
nesse mar, nesse pântano.

miércoles, septiembre 10, 2014

naquela mesa

Para que se lembre da próxima vez:

Pois mais uma vez, você, mulher, tomou a iniciativa e propôs o encontro. Ele, confuso, com suas horas e não trabalho, incapaz de combinar. Você propôs com medo de não se encontrarem, que fique bem claro. Pois como uma boa mulher empresarial, vende seus produtos por sexo, troca serviços por noites, e nesse caso, o serviço é caro pois a noite é boa. Erra quem pensa que o corpo comprado é o dela. Queria foder de noite e de dia com ele.

Eis que mais uma vez está aí, esperando. Pois espera porque acha que tem limites. As coisas tem limites. Não se pode fazer tudo. Já lhe entregaste o garfo, o prato, agora comer, não se pode fazer. E o que sente?

Se sente boba, tola, idiota. Sabe que no fundo não pode mais fazer essas trocas, pois sobre elas pouco sabe e pouco entende. Que o amanhã lembre deste hoje, pois não se pode ter tanto depois para uma vida tão curta.

E assim, ela se despede dele, quando apareça, que não entregará favor algum em troca de seu corpo. Não há amanhã suficiente para tanto depois.

martes, julio 22, 2014

A raiva

Aquela raiva que você não entende, é a mesma raiva que eu sinto quando não entendo, quando parece tudo um eterno dejavu, a vida no eterno retorno, uma aguia comendo o figado toda tarde para salgar no mar, uma dor ácida que não transparece, que cicatriza com ferida. Essa raiva que eu sinto é a falta de palavras de explicação, mas também liberação. Me digo sim. Me digo que posso. Essa raiva é a força que me solta, é o nó que me desata, é o começo da vida nova.

Feliz aniversário.

domingo, junio 08, 2014

somedays, sundays

não há nada de errado na madrugada
em busca de sexo
no seu corpo de mulher.

não há mais tempo,
não sobra mais tempo,
não dura mais tempo,
não precisa de mais tempo.

planificados
é quando fecho os olhos de um gozo profundo,
mareados, dormentes,
naquele quarto escuro,
mais um quarto,
mais um. Mas não sobra tempo, não falta.

O tempo que passa não tem duração.
São três da madrugada.

martes, abril 08, 2014

tempo

você demorou mesmo tudo isso
só pra ver que eu sou uma farsa?

Satellites gone, lost control.