martes, noviembre 08, 2011

desfeitas

Andrea esperava Matheus no saguão do hotel.
Matheus era um alto executivo de embrulhos plásticos para guarda chuvas, Andrea tinha um dinheiro herdado da familia, não se preocupava muito. Gostava de nadar no mar quando a correnteza puxava, daí deixava que as ondas a empurrassem forte, saia do lugar sem saber.

Já tinham se passado vinte minutos, Matheus atrasado. Andrea começou a pensar todo tipo de coisa.

Lembrou do sorriso de Matheus, da última vez que se viram. Andrea tinha chorado no aeorporto.
Lembrou também das brigas por causa do lençol da cama, que sempre escapulia do seu lado, e Matheus sempre dizia, que era porque ela sonhava demais à noite.
Lembrou também que não sabia se deveria ir ao hotel, pois tinham combinado por email. Eles se correspondiam assim, durante alguns meses, mas na última semana não tinha tido resposta de Matheus. Andrea veio sem pensar muito, tinha a passagem comprada, e se pensasse, capaz que não viesse.

Já batia os quarenta minutos, quase um tempo de futebol. Andrea começava a se sentir mais resignada. Lembrou ele dizendo que ela era muito otimista, e antes ela, sonsa, achou isso um elogio. Agora se perguntava se não era outra palavra para ingênua.
Do outro lado do salão, passava uma outra mulher, acompanhada de esposo e filhos. Ela parecia feliz, mas cansada ao mesmo tempo.
Olhou para Andrea e sorriu, pois se sentia entendida pelos olhos de criança que tinha. Andrea sorriu de volta. Queria ter duas crianças, a primeira seria uma menina.
Finalmente, saiu pela porta do bar, cruzou e comprou um cigarro. Andou pela rua que começava a chover. Não tinha guarda chuva, porque gostava da água que caia do céu.

jueves, noviembre 03, 2011

desfaz

Têm nome de cidade,
se sente dono da verdade,
gosta de rima como quem crê que existe uma ordem maior.
Vejo minha vida longe e perto de ti, que engraçado, é como se escolhesse tomar dois caminhos errados,
igualmente errados,
ou certos,
vá saber,
mas estaria com ou sem ti, e seria sim ou não feliz. Ou talvez sempre sim,
pois não resta mais nada a viver,
e se decido morrer,
é porque não sou mais.
Coisa que não deve passar,
pois assinei aos 20 tratado que dizia;
ficarei velha caduca e sozinha, não importa,
mas viverei até a última respiração do meu corpo andante. Devo a mim.
E a isso, homem nenhum me diz.