jueves, noviembre 29, 2007

interferencia

Queria despertar esse sentimento por imagens
as palavras compostas de imagens de fotos dessaturadas e velhas a bolor de fumo e tempo
ou por pretensões de afeto e registros de momentos.
Porque a dissintonia e a interferência criam ruídos
e a imagem velha me reafirma uma caridade e amor verdadeiro.


Amar-te que não pela imagem de afeto dentro de mim.
Das criações.

sábado, noviembre 24, 2007

eu que não entendo de futebol.

Todo boêmio é flamenguista,
alguns poucos botafoguenses,
fiéis apenas ao futebol
porque mulher para o carioca é conquista,
e essa, coitada, alguma hora sempre se entrega
para na manhã de domingo
afogar as mágoas na Lagoa Rodrigo de Freitas.



ficou péeeeessimo esse.

miércoles, noviembre 21, 2007

Couve-flores não pensam.

As músicas não combinam muito com esse estado de espírito.
É como ver as coisas de fora de si - titubeio - e titubear é uma palavra tão carioca, me faz doer um pouco.
Me explico, é que eu acordei triste sem saber porque
e não saber me põe nessa condição, autista.
E isso não combina com sol e praia. Às vezes parece que a cidade se ri.

De repente é fácil entender a moça que fala sozinha na esquina. O passo para loucura está para ser dado em condições como essa. A anestesia transfere qualquer senso de ridículo apenas por uma necessidade de descaimbrarse. Seria cair no mar e livrar-se ou se afogar em sua consciência, essas são as esquinas. Moro em laranjeiras, o rebouças está antes. Todo tunel é imersão. Me adentro a 90 em mim.

Tenho caimbra na mente e no corpo. E em alguns sonhos, em alguns, é como se revivesse algo e algo bom. E eu lembro bem da sua cara perguntando se eu ia. E se ria porque sabia que era fala de malandro, para eu escutar e me morder, me conter. Reviver é uma merda. Fode o cérebro de qualquer um.

viernes, noviembre 16, 2007

na psicanálise

Renata recostava no divã e pensava em alto e bom tom
que as amarras eram suas,
e a independência seria dela mesma, e não do outro.
De que adianta avisar a um porto que o navio se vai
se ele já está em alto mar?
O porto já sabe
e tem outros navios.
Bate com a cabeça repetidas vezes até se dar conta de que era mover seu corpo para esquerda.
Renata sorri por um momento
porque a leveza do instante seria apenas sua.
Assim como as cordas.

já não era do zero

Ana mergulhada na banheira segurava até vinte a sua respiração.
As cicatrizes na água doce não ardiam, mas também não saravam.
Ana não sabia mais compor músicas, por isso relembrava histórias e revivia essa emoção em sua consciência.
Ana não se sabia mais chorando porque o estado das coisas era turvo
e suas lágrimas salgadas não se misturariam,
não até que saísse da água.

miércoles, noviembre 07, 2007

Mariah

ela queria acrescentar o H.

Pela numerologia
e por Matheus.


(se conheceram num dia de chuva, esses do mundo das coincidências)

tudo vermelho

Ana permanecia encostada na cama.
É que acabou de acordar. Assim, de repente do sonho em que um pombo preto entrava e pousava sobre a sua bancada.
Era pombo, sujo, citadino, carente, faminto.
Aquele pombo lembrava suas possibilidades de amor.
Ana se lembrava de Beatles.
Paul lhe dizia que a notícia era triste, mas só podia rir.

Tentaria ela uma vez mais se apaixonar por aquela criatura da janela?

sábado, noviembre 03, 2007

mulher peixe

Era sábado e havia desmarcado todos os compromissos do dia.
Conta em segredo que na verdade se poupou desse esforço e simplesmente eliminou de seu quarto sala conjugado todas as formas de comunicação com o exterior.

O mormaço do céu lhe consentia a preguiça.
Hoje ela dormiria o dia todo,
agora sonha com a vida que não teria enquanto trabalhava.

viernes, noviembre 02, 2007

black

Arranhou a garganta com todos os malefícios
da noite anterior,
a manhã traria a ela a dor física de sua vulnerabilidade.
Andreia teria amado ser cantora de uma banda de rock,
para aos fins de semana expurgar os demônios que habitavam dentro dela.

jueves, noviembre 01, 2007

minutos antes

Marisa quando entrou no bar fétido
olhou pro bar e viu garrafas de cachaça barata.
Sentia que ali a malemolência lhe poderia invadir a qualquer instante
e mesmo sendo ainda de manhã
seria capaz de pedir três doses e um cigarro.

Mais tarde dormiria na calçada sobre os papéis de protocolos de seu trabalho.

garrafas

Bruna escrevia bilhetes
que Paulo recebia de manhã em sua casa.
Fazia assim; pedia ao pombo da madrugada que os pousasse sobre seu parapeito.

(Em seu amor, Bruna representava a Romeu.)

Enquanto isso, Julieta por sua vez dormia acompanhada.
Seu deleite era gostar de palavras cruzadas pela manhã.