domingo, agosto 30, 2009

nós

juntos, contruiriamos um novo mundo. Outro.

Levantaríamos estátuas velhas, nas bordas daquilo que é mar,
que seria para ver o sal escorrer,
a água corroer o mármore,
que faça da pedra vida, que morre, perece, mas muda.

E com você sorriria até minhas buchechas explodirem,
nos embriagariamos de amor, eu ficaria tonta, tontinha,
como uma adolescente apaixonada.

E este mundo seria eterno, pois viveria para sempre em nossas memórias.

(influencia de "meu mundo ficaria completo")

miércoles, agosto 26, 2009

doçura

Sempre penso nele.

No seu sorriso, nos olhos olhando,
pra dentro de mim.


Imagino as histórias que poderíamos viver.
O mundo é grande, você vive de um lado, e eu de outro,
como pode isso.

martes, agosto 25, 2009

em prática

Tudo que dou nome,
vira verdade.

escolheu

Eu poderia te esperar pelo resto da minha vida.
Mas aí entendi. Vida é uma parte indivisivel, não tem resto.
É a beleza de cada momento histórico.
Minha cara me sorri no espelho, os olhos tristes da minha infância dolorida.

martes, agosto 18, 2009

renascença

Joana tomava banho, se secava, ia ao trabalho e discutia ao telefone.
Era assim até ir por sete anos ao polo norte.
(Sete é mentira, foi menos tempo)

No aeroporto da Islândia, Joana chorava com o passaporte na mão.
Pensava com voz na sua cabeça: E os sete anos que viveu, as fotos que não tirou, todas as pessoas que conheceu. Guardaria todos esses dias na memória?

Intuiu. Os sonhos foram criados para isso. Jaziguo de emoções, de dias felizes, tristes, sensíveis. Campo minado. Nuvens de algodão rosa se desfaziam no céu.

Mais tarde já no avião, Joana sonhava que acampava na escola.
Tinha um sono leve mas pertinente.
As outras crianças riam, mas ela preferia dormir,
nos céus, sonhava com esquimós.

sábado, agosto 08, 2009

chorava

Chegou de viagem meio aturdida. Carregou as malas com um resto de força da noite mal dormida no voo de um dia e meio.
Voltava a casa de sua infância, no bairro mais lindo que poderia ter imaginado.
Abria portas que davam a corredores e quartos, suas lágrimas desciam para tocar ao chão de mármore novo. Benvindas.

A casa cheirava a seus pais, lhe dava paz,
e as emoções lhe afloravam por todos poros da pele.

Ia acontecer todas as vezes que ela reencontrasse a si mesma.
Ana é feita de água, como eu.
Corpos de ondas douradas sobre a cama de seu antigo quarto.