Na manhã de sábado caiu um francês na minha cama.
Ele era lindo, doce e me chamava de linda. E gostava de Tom Zé.
Tinha um sorriso de menino, mas sabia ser homem quando lhe tocava (ser).
A coisa durou apenas cinco noites, pois a gente só se beijava na minha cama,
nos nossos idiomas cruzados,
a gente se entendia o suficiente.
Brega. Kitsch. Je veux, aller aller, aller.
Da construção de uma intimidade de palavras sem sentido.
De repente eu abraçava a ele,
e ele de volta a mim,
mas já de uma maneira terna,
havia um ciúme, uma posse.
Os dois notaram que algo saltava da cama, e que dai, os afagos seriam mais sinceros.
Nesta noite dormimos lado a lado como dois amantes, profundamente,
aceitando o corpo do outro.
Foi embora sem se despedir direito de ninguem, hoje de manhã.
A sorte é que vi num filme um personagem fazer isso anteontem.
Pessoas meteóros.