Taiana conheceu seu pai no leito de morte.
De uma cidade perto de Santo André, ligou uma senhora, se dizia sua tia.
"Seu pai está mal, ele pediu para te ver."
A mãe de Taiana sempre havia evitado este contato. O pai também sempre respeitou. Foi um primeiro amor, que terminou em traição. A mãe ficou com Taiana, de recordação. Lhe depositou todo amor que sobrava em seu esquálido coração, escurraçado pela solidão.
Quando passou pela antesala, Taiana viu o corpo magro do pai.
Estava sentado, recostado.
Já não parecia totalmente vivo.
Suas sombrancelhas eram iguais. Apenas que as de Taiana mais grossas, talvez pela idade.
Talvez sorrisse como ela também.