miércoles, abril 29, 2009

versos sorrisos

Tinha graça, seus dedos tocavam como a uma harpa.

Eu sorri e prometi que era verdadeiro. Prometia com uma voz infantil, corpo adentro que me ressoava, brincava de montar verbos e palavras dentro de mim. Verbos amontoados que sem sentido, confundem, criam portas e labirintos, diverte.

Enquanto isso, ele olhava que eu sapateava contra a parede da cama.

Eu sabia que fazia uma imagem. Parei na parte da cama que chegava a luz, luz de três da tarde, que invadia sorrateira as persianas pelo ar denso de nosso suor.
Eu sabia que ele me olhava e nesse momento eu virava imagem para ele. Me sentia leve como uma pluma. Brincava de desenhar.

Em mim sempre ficaram seus dedos. Eu os sentia como uma ponte, via pontes entre nós.

domingo, abril 26, 2009

apaixão

preciso tirar uma ansia do meu peito.
não sei se sou capaz de voltar a me apaixonar.
Acho que sim, mas é mais a esperança que a crença.
Nietzsche dizia que a esperança é mais forte que a sorte.
Quero me apaixonar, mas quem sabe olhar direto para a falta é senti-la em toda sua plenitude.
Tenho que fechar os olhos e respirar fundo. O ar da fumaça do cigarro me deixa acalmar as extremidades de meus poros, me sinto outra, mas mais inteira.
As pessoas são casulos, essa é minha esperança.

sábado, abril 25, 2009

música

liberta.

Sons da alma, profundezas, envoltas em ar.

adriano

eu entendo o adriano.

jueves, abril 23, 2009

amigos

Alguns são minhas estrelas.
Olho pro céu e estão sempre comigo.

...

Escrever me cura.

Materializar o vento, das pequenas impossibilidades do dia a dia.

" Ella ha estado muy amable con todos y por eso ahora se siente deprimida, soy cíclica."

-Simone de Beauvoir

Belavista, fala por mim. Escreve versos traduzidos de um redemoinho.

(Lê.)

lunes, abril 20, 2009

exercicio do dia

concentrar-me nos meus afazeres.
Estou aqui para estudar. Farei. As coisas são para serem feitas com calma.
O cérebro tem movimentos em formato de redemoinhos.

Necessito de praia.

jueves, abril 16, 2009

temporais

Pode chover granizo e fazer sol no mesmo dia.
Assim é a metereologia da Espanha.

E me sinto mais inteira.

aguas 2

Minha pele é alérgica ao cal de barcelona.

Ainda bem.

martes, abril 14, 2009

chão

Reli o que escrevi esse mês, e parece que rola uma constante de levitar.

Estou levitando?

No futuro, cidades aéreas.

lunes, abril 13, 2009

expansão

1
Num dicionário existem algumas definições para palavras simples.
Os pronomes, pequenas palavras, ainda mais. Às vezes parece que escrever online é isso.
Um empilhamento de significados sinônimos.

2
Pensamentos complexos - aqueles que nos fazem escrever - constroem pontes de palavras.
Cada palavra é um ladrilho que se movimenta verticalmente. Uma confusão são alguns sinônimos empilhados. Um avanço, é apenas mais uma gota dentro de um abismo.

3
Na verdade, tudo isto para dizer;

PAULA ESCREVE DE MADRUGADA
TODA VEZ QUE SEUS PENSAMENTOS
NÃO A DEIXAM DORMIR.

FICA CLARO: PAULA NÃO DORME POR UM PROBLEMA ESPACIAL. PALAVRAS SEMPRE CONSTROEM ESPAÇOS. OS SONHOS MORAM AI, NOS TERRENOS ACIDENTADOS, DAS RUINAS DE FRASES MAL CONJUGADAS.

lunes, abril 06, 2009

agua em saturno

Alguns dias eu acho que fico andando por lá,
principalmente nos dias que já começam depois do meio dia,
quando os nervos dos meus pés não tocam meus dedos.

Passeia sobre centelhos de asteroides, restos de pó da via láctea.

viernes, abril 03, 2009

sacrilégio

E uma pergunta

o que resta ao pornográfico, se hoje a intimidade é algo público?

Agora o tesão é uma palavra dita, escrita, lida.
Saiu da pele, materializou-se, esfria
contra a tela de plasma.

A maioria das pessoas está satisfeita em não sentir nada.

jueves, abril 02, 2009

alcool

É quimica. Como nossos carbonos sem OL.

vibrações

(breve prólogo; li meu texto sem parecer meu. Gostei. Gozo de orgulho, de uma mãe alheia que não é a minha. Simplesmente a indentificação de algo maior em mim, sem que minha propria prepotencia quase entrasse em confronto)

o alcool.
Não é lúcido este. Besteira.
Ela puxava a linha da calcinha do lado, e botava o dedo na sua molhada, porque a palavra não lhe cabe
e sentia um gozo momentaneo.
Era o simples prazer de ser um pouco puta por uns segundos.
Era satisfazer-se. Com um homem já poderia ser alguma representação. Ainda que também para si mesma pudesse ser. Confuso isso.

A verdade é a cena em si.
Ela, vestida, com seus dedos entre as pernas. Nada seria mais obsceno e delicioso que isto.

E tenho dito.