martes, abril 26, 2011

alcool

você tem sempre certeza do que vive? Se vive cada instante ou se caga de medo?
O mundo te leva pra longe, pra vários lugares,
e você nesse caminho, onde fica?

martes, abril 19, 2011

nós e o mundo

Na sala a gente estava pelado,
eu deitada no chão, me abri mais um pouco,
escorreu um pouco de azul pela minha buchecha
você me beijou, me abraçou.
Mas o mundo lá fora é bem grande,
vasto.
Aproveita a tua jornada, este é o fim do nosso encontro.

lunes, abril 18, 2011

cette vie

é triste,
mas todo começo também tem seu fim.

esfarrapos

fapos de favos de nomes
restos de palavras de felicidade
de perda de inocencia
ferdidas furezas, purias e pensiveis,
feseste de mim
um papel,
fafel,
fepite.

domingo, abril 17, 2011

Diana ficou muito triste,
era a terceira vez que Leonardo não ligava pra ela de volta.
Quando se viam, tudo era lindo, ele trazia comida e comprava discos de valsa para ela,
mesmo a vitrola dela não funcionando agora,
era para a posterioridade.
Mas Diana ligava pra ele nos fins de semana,
e Leo não atendia, pior, não respondia sequer.
Era estranho, parecia uma realidade paralela,
acuada ela também não sabia o que podia exigir ou perguntar.
Mas gozado,
da tristeza da Diana surgiu outra coisa,
a juventude.
Sabe quando a gente esquece que pode se apaixonar e se ferrar tudo de novo?
Diana viu, que mesmo aos 53 anos,
depois de 3 casamentos falidos e um viuvo,
ainda podia se emocionar.
Ficou feliz. Que se danasse o Leo, o importante era o amor que ela tinha pra dar.

martes, abril 12, 2011

te educaram a ser estrangeira tambem,
alem de carioca.
Faceira a brasileira,
o lado gringo sempre além mar.
Sempre penso na melancolia como uma palavra nórdica,
de temperatura baixa e de tempo fog.
Lembro de mim andando sozinha em um parque congelado,
crianças e familias em suas casas,
e eu tão pequena ainda,
molhava as botas na neve,
e sentia o frio cortante de uma alemanha gelada.

cortinas

Mãe e filha dividiam a cama
família viajante
na janela um lençol pendurado
o sol aas 5 da manhã
fazia com que acordassem que nem vampiro.
Brincavam mãe e filha como duas amigas,
mulheres meninas,
tempos de uma mesma vida.

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sábado, abril 09, 2011

tensões

viver a vida já é muita atenção.

chuva

a porta da sala ia de um lado a outro
bem devagar, despacito
como una vieja murga, como una milonga,
o vento que saia do escritório fazia bailar, de lá pra cá.
De repente um estrondo. Foi a porta da cozinha. Emperrou de vez.
Começa a chuva, inunda de água as laranjeiras
e aqui no esconderijo de alice,
transborda agua pela fresta da cozinha.
Um maremoto para as pequenas criaturas, diria.

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sábado, abril 02, 2011

calmaria

No japão as ondas cresceram demais, engoliram a cidade.
Vídeos amadores mostravam telhadinhos soluçando debaixo d'água,
estes criados para proteger o chão da chuva, agora afogados pelo Pacífico.
Por uma onda com nome de brinquedo, novo vocabulário do cidadão contemporâneo. Tsunami, jabulani.

E estranho um oceano enorme e denso
ter um nome tão sereno e tranquilo.
Pacífico de paz, se esperaria calmo.
A vida das coisas é como a da gente. Humorosa. Como uma pessoa, quando irritado, o Pacífico apaga cidades, acende terremotos, termina com histórias e espécies. Assim, sem mais explicações científicas ou geológicas. Sem previsão.

...

Pacífica paixão também não existe.
Um oceano de mar e espuma,
são encontros em desencontros.
Às vezes sobrevivemos a maré alta, às vezes não.
O importante é não ter medo de furar as ondas.