São tres e vinte e eu não consigo dormir.
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Cansei de rolar na cama.
y, sendo así,
vou desfrutar de minha aparente consciência para escrever o que poderia ser, uma resolução de ano novo.
(já começando assim a retrospectiva)
Eu me dei conta, nesses últimos meses, como a morte simplifica tudo.
Que ou você tá vivo ou tá morto.
Que todas tuas preocupações na realidade não existem.
Que elas existem porque algum otário (leia-se você, eu, nós, vós, eles e elas) acredita nelas.
Pode ser uma contastação um tanto quanto óbvia, mas é impressionante quando se realmente assimila esse fato.
E haja dito que entender não é entranhar.
Pois bem, desde que tenho isso em mente, de certa forma os momentos efêmeros me causam menos ansiedade, os stresses cotidianos me parecem menores e as desventuras do caminho irrizórias, ou seja lá como se escreve essa palavra.
Não estou dizendo (a mim mesma, em uma espécie de brogueterapia, já que o número de leitores é ínfimo) que sou agora um ser humano melhor. Até porque melhor sob que perspectiva? Acho que os únicos que conseguem qualificar estados são as pessoas que são o tempo todo felizes, doces ignorantes, porque não se dão conta de que sempre existirá outra coisa, melhor ou pior, e logo, se existe tudo, não existe nada, e cest fini, estamos todos na mesma jangada de pau furado.
Se fode aí mané.
Enfim, creo que minha reflexão é mais sobre o meu momento de mudança interna do que realmente sobre a relação de causa/efeito que isso tem com minhas entranhas. ( a palavra entranha me lembra almodovar )
tic tac, o tempo passa.
A minha resolução ainda não saiu, mas está no forno.